Em 1914, na zona de Lamego, José Agostinho de Oliveira perguntou a um mendigo a razão de não trabalhar, visto que, aparentemente, o homem tinha boa saúde:
"Como quere o senhor que eu trabalhe, se não tenho em quê? Antes de vir o maldito comboio, ganhava eu muito bem a minha vida, era barqueiro. A diligência não causava grande mal aos barcos da carreira que faziam viagens até ao Pôrto, e, se muitos passageiros tinham mêdo de passar os pontos — oh! O do Cadão [sic] era terrivel! — as cargas das mercadorias davam e sobejavam para muitos braços terem que fazer. Veio o caminho de ferro, e os nossos fretes foram deminuindo. Foram deminuindo barcos e barqueiros. E nós, que não sabemos fazer mais nada, temos de pedir esmola"
Já naquela altura houve quem perdeu o seu emprego por causa das novas tecnologias.