segunda-feira, 20 de março de 2023

Descentralização

 

Portugal é um dos países mais centralizados da Europa. Muitas das decisões são tomadas por organismos que estão localizados em Lisboa e, muito mais grave, têm em conta os problemas existentes em Lisboa.

Para que sejam concordantes com os problemas das pessoas, as medidas tomadas em cada local devem ser pensadas, implementadas e controladas o mais perto possível das populações. Não se trata de, simplesmente, deslocalizar os organismos de Lisboa para o resto do país, mas de dar mais poder a organismos locais para que possam tomar as decisões que afetam as respetivas populações. Por exemplo, cada uma das regiões deve ter a oportunidade de decidir se faz ou não sentido acabar com o alojamento local.

A descentralização permite que as decisões tomadas por cada um dos organismos locais respondam melhor aos problemas da população, uma vez que é possível atuar mais rápido e de forma mais cirúrgica a cada um deles. Além disso, com a descentralização a participação dos cidadãos aumenta, uma vez que eles têm a oportunidade de controlar melhor a implementação das medidas e de responsabilizar democraticamente os responsáveis políticos.

Em termos orçamentais, o Estado central português executa uma elevada percentagem da despesa pública. Em contrapartida, as autarquias locais executam menos de 15% da despesa pública. Nos países nórdicos, a despesa pública executada pelas autarquias locais é muito superior  por exemplo, na Dinamarca, as autarquias executam mais de 60% da despesa pública.    

Na minha opinião, a elevada centralização de Portugal é uma das razões do subdesenvolvimento verificado ao longo das últimas décadas.