Nos últimos dias, depois de serem conhecidos os
rankings das escolas, uma amálgama de
gente discorreu sobre a importância deste estudo: uns aplaudem-no; outros dizem
que não faz sentido.
Pessoalmente, considero o estudo positivo, uma
vez que permite analisar alguns parâmetros importantes relativamente ao
trabalho que as escolas portuguesas têm desenvolvido. Considero que a média de
exame é um dos critérios mais adequados para se avaliar a posição de uma
escola, dado que se trata de um tipo de avaliação externa com um
comprometimento elevado por parte dos alunos. Compreendo a posição de alguns
críticos dos rankings, que
desvalorizam o estudo e criticam-no por ele ter em conta escolas de índole
diferente. É verdade que as escolas públicas integram alguns alunos que, devido
ao meio socioeconómico em que vivem, não estão em condições de competir com os
alunos das escolas públicas, pelo que parte da disparidade dos resultados
obtidos pode ser explicada por aqueles fatores.
Mais do que olhar para os números de forma
isolada, gosto de olhar para as tendências e os dados históricos existentes
mostram que as escolas públicas têm vindo a perder preponderância no ranking.
Relativamente à comparação entre as notas
obtidas no exame e as notas dadas internamente, não observo nenhuma diferença
significativa entre os dois tipos de escola: tanto nas escolas públicas como
nas privadas, em geral, as notas internas são superiores às notas obtidas nos
exames. A exceção está nas escolas que não estão tão bem classificadas: em
algumas das escolas com piores notas, a diferença entre as notas obtidas nos
exames e a nota final é muito grande — escolas com nota interna de 14 ou 15
valores têm média de exame de 8 ou 9 valores.
Como se trata de médias e por isso não é
possível identificar quais são os alunos cuja diferença entre a nota obtida no
exame e a nota interna é superior, acredito que parte significativa das
diferenças verificadas esteja nos alunos com notas mais baixas…