Continuando com raciocínio do último artigo, em que chamei a atenção para o uso da média na análise e interpretação de dados estatísticos, a mediana também é uma medida de localização muito utilizada e colmata algumas lacunas evidenciadas pela média. Note-se que qualquer uma das medidas de tendência central tem vantagens e desvantagens; aliás, a análise e interpretação de dados deve ser realizada utilizando várias medidas (e instrumentos) — há situações em que faz mais sentido utilizar a média e outras em que a utilização da mediana é preferível à média.
Trata-se de uma medida de localização mais resistente (menos sensível) do que a média, uma vez que não é influenciada por valores muito altos ou muito baixos. Se tiver um conjunto de dados e substituir o valor mais elevado por outro ainda maior, a mediana continuará igual, mas a média será mais alta do que era anteriormente.
Depois de os dados estarem organizados por ordem crescente (ou decrescente), a mediana é o valor que divide a amostra em dois subconjuntos com o mesmo número de elementos. Significa isto que 50% dos elementos são menores ou iguais à mediana e os restantes 50% são maiores ou iguais à mediana.
Imagine-se uma empresa que emprega 5 funcionários, cujas remunerações são as seguintes: 1000€, 1400€, 700€, 800€, 750€. Depois de ordenadas as remunerações, o valor que divide a meio a amostra é o 800€ (ordenação crescente: 700€ <750€ <800€ <1000€ <1400€), logo é este o valor da mediana.
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