sábado, 31 de agosto de 2024

Educação financeira

 

Os estudos realizados em matéria de Educação Financeira posicionam os portugueses entre os que têm menos literacia financeira. Trata-se de um tema que deveria ser alvo de atenção por parte dos políticos, com a existência de um plano concreto que permita adquirir um conjunto de conhecimentos necessários à tomada de decisão consciente e informada dos riscos de cada um dos inúmeros instrumentos existentes.

Internacionalmente, as várias organizações têm vindo a destacar as matérias da literacia financeira, incentivando os países a adotarem medidas que permitam aumentar o nível de conhecimentos da população nesta área.

Em Portugal, apesar de existir, inclusive, um referencial de Educação Financeira, nas escolas tem sido dada pouca importância a este tema. Na minha opinião, deveria existir uma disciplina de Educação Financeira para que a literacia financeira de cada um não dependa exclusivamente da formação autodidática.

domingo, 25 de agosto de 2024

Risco de pobreza

 

O risco de pobreza é um dos indicadores económicos mais usados para medir o bem-estar das populações. Há várias formas de medir a pobreza, sendo a taxa do risco de pobreza uma das mais utilizadas. Este indicador corresponde a 60% da mediana da distribuição dos rendimentos monetários líquidos e permite medir, em termos relativos, o nível de pobreza de uma população.



Em Portugal, como se pode ver no gráfico apresentado acima (fonte: INE), nos últimos 20 anos a taxa de risco de pobreza tem diminuído ligeiramente, com algumas subidas pontuais naquele período. 

A distribuição do rendimento por adulto é assimétrica positiva, pelo que o valor médio do rendimento é superior à mediana, significando que existe uma maior concentração dos rendimentos nos valores mais baixos.

Note-se, no entanto, que terá de existir algum cuidado na análise baseada apenas naquele indicador, dado que os valores resultantes da sua aplicação dependem do rendimento mediano. Se imaginarmos uma população que, entre dois momentos diferentes, observou uma diminuição significativa do seu rendimento, uma pessoa em particular pode ser descaracterizada como pobre, apesar de continuar a viver mal e de a nova situação ter sido provocada artificialmente pela deslocação da distribuição dos rendimentos.


Média e mediana

 

Já não é primeira vez que abordo esta questão no blogue. A média e a mediana são duas medidas muito utilizadas na análise de dados estatísticos. Apesar de a média ser muito utilizada, há alguns cuidados que devemos ter com este indicador, dado que é influenciada por valores muito altos ou muito pequenos. Muitas das vezes, a média não reflete um valor aproximado da maioria dos dados em análise, pelo que não tem significativo valor estatístico. Nestes casos será melhor utilizar a mediana, que é uma medida muito mais resistente e não influenciável por valores muito baixos ou muito altos.

Se a distribuição dos dados for aproximadamente simétrica, a média e a mediana terão valores semelhantes. No entanto, quando a distribuição dos dados é assimétrica, a mediana e a média têm valores diferentes. Se a distribuição dos dados for assimétrica para a direita, a média terá um valor superior à mediana; se for assimétrica para a esquerda, a média será inferior à mediana.

Estive a analisar uns dados económicos e, para determinado indicador, o valor da média é sempre superior ao valor da mediana. Isto acontece porque a maioria dos dados é inferior à média, havendo uma maior concentração de valores nos dados inferiores.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Mortes de parturientes

Hoje, todos vivemos tempos muito mais apreciáveis em quase todas as dimensões da vida humana. A saúde é uma das áreas em que a evolução foi mais clara e que nos permitiu aumentar a longevidade e viver em condições francamente melhores.

No século XIX, Ignaz Semmelweis, médico húngaro e diretor da clínica de maternidade do hospital de Viena, descobriu a causa da morte de muitas mulheres parturientes naquele hospital. Na clínica do hospital de Viena, o número de mulheres que morriam de febre pós-parto era extremamente elevada. Aquele hospital tinha duas enfermarias, uma gerida pelos médicos e outra pelas parteiras, e, paradoxalmente, o número de mortes de parturientes na enfermaria das parteiras era muito menor (cerca de metade) que o número de mortes ocorridas na enfermaria dos médicos. Depois de muita investigação, Ignaz Semmelweis descobriu que o número elevado de mortes era provocado pelo contacto dos médicos com as parturientes. Os médicos, além dos partos, também realizavam autópsias e, muitas vezes, seguiam diretamente para a maternidade sem lavarem as mãos (ou lavarem de forma apressada e inadequada), transferindo partículas dos cadáveres para as parturientes.

Depois da descoberta, os médicos passaram a desinfetar as mãos e a taxa de mortalidade baixou imediatamente para níveis semelhantes aos da enfermaria das parteiras.  

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Esquema em pirâmide

Criptomoedas: Burla em pirâmide da Omegapro lesou 156 portugueses

Como é possível que, atualmente, com inúmeros casos conhecidos de esquemas em pirâmide e com tanta informação disponível, ainda haja tanta gente a cair neste tipo de burla. Este caso mostra-nos, mais uma vez, que existe muita iliteracia. Nem a utilização de jogadores de futebol ou atores conhecidos a promoveram o investimento pode ser um fator decisivo na hora de aplicar o nosso dinheiro. 

Um anúncio que promete um retorno de 300% em poucos meses tem tudo para ser, no mínimo, muito duvidoso. Juntas, a ignorância e a ganância são muito perigosas. Tendo em conta as notícias, houve pessoas a entregar as poupanças de uma vida e a vender casas para aplicar naquele investimento.