Muitas
vezes, o falante utiliza determinadas palavras pretendendo dar-lhes um sentido
diferente do que está explícito. Ademais, por variados fatores (falta de tempo,
desconhecimento do verdadeiro sentido das palavras, regionalismos, entre outras
causas), nem sempre as palavras utilizadas são as mais adequadas.
Na
oralidade, a utilização de palavras inadequadas ou com sentido implícito para
além do sentido literal é mais frequente, dado que a necessidade de escolher e
articular as palavras num período curto é mais difícil e, por isso, a
probabilidade de errar é maior.
Na
comunicação social vive-se um momento muito especial. Os políticos,
comentadores e analistas que, todos os dias, se acotovelam mutuamente para
conseguirem passar a sua mensagem, entretêm-se a discutir uma palavra ou uma
frase propalada por um dos intervenientes (ou por terceiros), acusando-o de um
crime qualquer porque o sentido literal da mesma difere do sentido que o autor
lhe atribuiu ou quis atribuir. Pior, depois de o autor explicar o sentido
desejado, o oponente insiste em acusar o outro falante porque o sentido
implícito da palavra ou frase não é (ou não se pretende que seja) aquele. Em vez
de se discutir os assuntos seriamente, o tempo de antena é passado a arranjar
factos alternativos e a acusar os outros de posições que, muitas vezes, são
erradas.
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