O
mercado de arrendamento continua a dar que falar: em época de campanha
eleitoral, os partidos políticos digladiam-se na apresentação de medidas que
permitam aumentar o número de casas disponíveis e diminuir o valor das rendas.
Há
partidos que defendem a imposição de limites aos preços das rendas, para que mais
pessoas consigam arrendar casas a preços mais acessíveis. Um aluno que estude
economia no secundário sabe que a imposição de um preço inferior ao preço em
equilíbrio provoca o aumento da procura e a diminuição da oferta, resultando no
excesso de procura. Os tetos nas rendas não só não resolvem o problema como iriam agravá-lo.
Mesmo que as rendas tivessem de descer (trata-se de uma imposição), à
semelhança do que aconteceu noutros países que experimentaram esta medida, a
oferta de casas para arrendar diminuiria drasticamente. No médio/longo prazo, o
cenário seria ainda pior: menos construção; inquilinos a viver em casas piores
(os senhorios não fariam as obras necessárias); mais inquilinos desprotegidos (mercado
paralelo).
O
problema da falta de casas para arrendar e o preço elevado das rendas ocorre
porque a oferta é inferior à procura. Só a construção de novas casas (e a reabilitação
de casas existentes) permite aumentar a oferta e diminuir os preços das rendas.
Este é um tema muito importante, porque
tem um impacto elevado na qualidade de vida das pessoas, e por isso não deveria
ser utilizado demagogicamente pelos partidos políticos.