Estamos
numa altura em que faltam casas para arrendar. Conforme já escrevi algumas
vezes, isto ocorre porque a procura é superior à oferta (há mais pessoas à
procura de casa para arrendar do que casas disponíveis no mercado). Essencialmente,
os proprietários que põem uma casa no mercado de arrendamento esperam receber o
valor negociado, que a casa não seja estragada pelos arrendatários e que haja
estabilidade das políticas e das leis que regulam o arrendamento. Além de mais
construção, os governos que quiserem melhorar o mercado de arrendamento terão
de garantir estes três pilares essenciais.
Quando
um inquilino deixa de pagar a renda, o despejo tem de ser quase imediato. Caso
o Estado considere que determinada família deva ser apoiada, então pode pagar
temporariamente a renda do inquilino que deixa de ter condições financeiras
para o fazer ou acolhê-lo numa habitação da Segurança Social preparada para o
efeito. Este é um dos principais problemas que mais obstam à oferta de casas no
mercado. Todos conhecem casos de inquilinos que deixaram de pagar as rendas e os
despejos arrastaram-se meses ou anos.
Outra
preocupação constante dos senhorios está relacionada com as condições das casas
depois da saída dos inquilinos. Conheço algumas situações de casas que ficaram
completamente irreconhecíveis depois da saída do inquilino, em que o senhorio
teve de investir alguns milhares de euros para restaurar a casa para as
condições anteriores. Um sistema que pretenda incentivar a oferta de casas no
mercado de arrendamento terá de punir severamente os inquilinos que entregarem
as casas em condições degradantes ao senhorio.
Por
último, os proprietários apenas sentirão vontade de investir no mercado de
arrendamento se lhes for garantido que os políticos manterão relativamente
estáveis as políticas e as regras do mercado de arrendamento. Nenhum
proprietário investirá, a longo prazo, num mercado em que as regras mudam
frequentemente e, muitas vezes, de forma tão oscilante.