O
problema da falta de habitação em Portugal é dos que mais atraem a atenção dos políticos
e dos meios de comunicação social. Apesar de persistir há alguns anos, ainda
não foram tomadas medidas significativas que o permitam resolver. Pior, os
políticos executivos ainda não foram capazes de identificar as verdadeiras causas
da sua existência, pelo que as ações tomadas dificilmente alcançarão os
objetivos desejados.
A
falta de habitação existe porque o aumento da procura é superior ao aumento da
oferta. Sobre isto não deve haver nenhuma dúvida. É claro que temos visto jornalistas,
comentadores e políticos a duvidar do óbvio. Enquanto nos entretivermos a
discutir o que pouco interessa para o assunto, a falta de habitação será cada
vez mais frequente. Ainda hoje, o jornal Público traz esta notícia em manchete:
“Preços das casas sobem mais em zonas com maior aumento da construção”. Ao ler
o resto da capa do jornal dedicada ao assunto fico logo a perceber que o título
serve de entrada para mais um conjunto de propostas absurdas, com origens
ideológicas e que apenas serviriam para agravar o problema. Se os preços das
casas crescem mais em zonas com maior aumento da construção é porque o aumento da procura, nessas zonas, cresce ainda mais. Não é necessário penalizar os que
têm casas vazias; é necessário criar medidas que incentivem os que têm casas
vazias a pô-las no mercado. Se olharem para o problema da falta de casas para
habitação como um problema económico, mais facilmente conseguirão resolvê-lo.