sexta-feira, 27 de junho de 2025

Armas nucleares do Irão

 

Não sou especialista nem tenho qualificações na área, mas gostaria de abordar o tema das armas nucleares do Irão sob um ponto de vista que não tenho visto nas abordagens feitas pelos órgãos de comunicação social.

Depois de um período em que alguns países começaram a desenvolver armas nucleares (as bombas nucleares foram usadas pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial — Hiroshima e Nagasaki), pondo em risco a própria sobrevivência humana, foi assinado um tratado, designado de tratado de não proliferação de armas nucleares. Os países que aderiram ao tratado comprometem-se a não desenvolver armas nucleares, sendo que os já têm armas nucleares responsabilizam-se por defender os restantes caso sejam atacados por um dos que têm armas nucleares. Atualmente, o tratado de não proliferação nuclear está assinado pela esmagadora maioria dos países mundiais (incluindo o Irão); são poucos os países que não assinaram o tratado de não proliferação nuclear — como, por exemplo, Israel, Índia, Paquistão ou Coreia do Norte (que assinou, mas saiu mais tarde). 

Os países que assinaram o tratado estão sujeitos a frequentes ações de fiscalização por parte da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Nessas visitas ao Irão, a AIEA já encontrou várias irregularidades: valores de urânio acima do permitido; não explicação da origem de vestígios de urânio encontrados em locais que não tinham sido declarados; etc. Estes e outros factos implicam que o Irão não está a cumprir o tratado e que há situações pouco claras e mal explicadas no programa nuclear do Irão.

O Irão pode sair do tratado (como fez a Coreia do Norte) e seguir o seu caminho desenvolvendo o programa nuclear que entender. Provavelmente, no dia em que isso acontecer, outros países da região (por exemplo, Arábia Saudita, Turquia ou Egipto) irão fazer o mesmo e desenvolver o seu programa nuclear. O que me parece estar a acontecer é que o Irão quer transmitir a ideia de que não pretende desenvolver armas nucleares (por isso não sai do tratado), mas simultaneamente sonega informação importante à Agência Internacional de Energia Atómica.

Se o Irão vier a ter armas nucleares, o Médio Oriente (e o Mundo) ficará ainda mais perigoso, visto que se trata de uma região muito instável e com conflitos constantes. Lembremo-nos de que em Teerão há um relógio que marca o fim do Estado de Israel (o relógio faz uma contagem decrescente para o fim do Estado de Israel, no ano de 2040) — tendo em conta as notícias recentes, Israel terá destruído este relógio num dos últimos ataques feitos à capital do Irão.

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