Não
sou especialista nem tenho qualificações na área, mas gostaria de abordar o
tema das armas nucleares do Irão sob um ponto de vista que não tenho visto nas
abordagens feitas pelos órgãos de comunicação social.
Depois
de um período em que alguns países começaram a desenvolver armas nucleares (as
bombas nucleares foram usadas pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial — Hiroshima e Nagasaki), pondo em
risco a própria sobrevivência humana, foi assinado um tratado, designado de
tratado de não proliferação de armas nucleares. Os países que aderiram ao
tratado comprometem-se a não desenvolver armas nucleares, sendo que os já têm
armas nucleares responsabilizam-se por defender os restantes caso sejam
atacados por um dos que têm armas nucleares. Atualmente, o tratado de não
proliferação nuclear está assinado pela esmagadora maioria dos países mundiais
(incluindo o Irão); são poucos os países que não assinaram o tratado de não proliferação
nuclear — como, por exemplo, Israel, Índia, Paquistão ou Coreia do Norte (que
assinou, mas saiu mais tarde).
Os
países que assinaram o tratado estão sujeitos a frequentes ações de
fiscalização por parte da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Nessas visitas ao Irão, a AIEA já encontrou várias irregularidades: valores de
urânio acima do permitido; não explicação da origem de vestígios de urânio
encontrados em locais que não tinham sido declarados; etc. Estes e outros factos
implicam que o Irão não está a cumprir o tratado e que há situações pouco
claras e mal explicadas no programa nuclear do Irão.
O
Irão pode sair do tratado (como fez a Coreia do Norte) e seguir o seu caminho
desenvolvendo o programa nuclear que entender. Provavelmente, no dia em que
isso acontecer, outros países da região (por exemplo, Arábia Saudita, Turquia
ou Egipto) irão fazer o mesmo e desenvolver o seu programa nuclear. O que me
parece estar a acontecer é que o Irão quer transmitir a ideia de que não
pretende desenvolver armas nucleares (por isso não sai do tratado), mas
simultaneamente sonega informação importante à Agência Internacional de Energia
Atómica.
Se
o Irão vier a ter armas nucleares, o Médio Oriente (e o Mundo) ficará ainda
mais perigoso, visto que se trata de uma região muito instável e com conflitos
constantes. Lembremo-nos de que em Teerão há um relógio que marca o fim do
Estado de Israel (o relógio faz uma contagem decrescente para o fim do Estado
de Israel, no ano de 2040) — tendo em conta as notícias recentes, Israel terá
destruído este relógio num dos últimos ataques feitos à capital do Irão.
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