quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Tratado dos panos e dos vinhos

 

O tratado de Methuen, também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos, foi assinado em 1703, entre Portugal e a Inglaterra. Aquele acordo previa que Portugal comprasse a Inglaterra tecidos têxteis, isentando-os de taxas alfandegárias. Em contrapartida, a Inglaterra comprometia-se em comprar vinhos a Portugal, reduzindo as taxas alfandegárias sobre o vinho português.

Estávamos no início da Revolução Industrial, sendo a manufatura substituída pela utilização de máquinas a vapor, que permitiam o aumento significativo da produção de têxteis.

Este acordo visava a aceleração das trocas comerciais entre os dois países, contribuindo para uma aproximação comercial (e militar). Além disso, permitiu que cada um dos países apostasse mais na produção dos bens em que era mais eficiente — a Inglaterra possuía competências na produção têxtil, enquanto Portugal tinha bons recursos e competências na produção de vinho. Este acordo teve implícito o reconhecimento mútuo dos benefícios comércio internacional, sendo que cada país se especializou na produção dos bens em que era mais eficiente — mais tarde, no século XIX, o economista David Ricardo utilizou este tratado para explicar a teoria das vantagens comparativas, que defendia a especialização dos países nos bens em que são mais eficientes. A teoria das vantagens comparativas defende que a especialização é benéfica para todos os países envolvidos no comércio internacional, dado que permite alocar melhor os recursos e produzir de forma mais eficiente os bens de que as pessoas necessitam.

Nota: Na opinião de muitos, este acordo foi muito mais benéfico para a Inglaterra do que para Portugal, dado que a indústria portuguesa sofreu bastante com a concorrência dos têxteis ingleses e o vinho exportado para Inglaterra representava valores bastante mais baixos do que as importações de tecidos ingleses.