O
tratado de Methuen, também conhecido
como Tratado dos Panos e Vinhos, foi assinado em 1703, entre Portugal e a
Inglaterra. Aquele acordo previa que Portugal comprasse a Inglaterra tecidos têxteis,
isentando-os de taxas alfandegárias. Em contrapartida, a Inglaterra comprometia-se
em comprar vinhos a Portugal, reduzindo as taxas alfandegárias sobre o vinho
português.
Estávamos
no início da Revolução Industrial, sendo a manufatura substituída pela
utilização de máquinas a vapor, que permitiam o aumento significativo da
produção de têxteis.
Este
acordo visava a aceleração das trocas comerciais entre os dois países,
contribuindo para uma aproximação comercial (e militar). Além disso, permitiu
que cada um dos países apostasse mais na produção dos bens em que era mais
eficiente — a Inglaterra possuía competências na produção têxtil, enquanto
Portugal tinha bons recursos e competências na produção de vinho. Este acordo
teve implícito o reconhecimento mútuo dos benefícios comércio internacional,
sendo que cada país se especializou na produção dos bens em que era mais
eficiente — mais tarde, no século XIX, o economista David Ricardo utilizou este
tratado para explicar a teoria das vantagens comparativas, que defendia a
especialização dos países nos bens em que são mais eficientes. A teoria das
vantagens comparativas defende que a especialização é benéfica para todos os
países envolvidos no comércio internacional, dado que permite alocar melhor os
recursos e produzir de forma mais eficiente os bens de que as pessoas
necessitam.
Nota:
Na opinião de muitos, este acordo foi muito mais benéfico para a Inglaterra do
que para Portugal, dado que a indústria portuguesa sofreu bastante com a
concorrência dos têxteis ingleses e o vinho exportado para Inglaterra
representava valores bastante mais baixos do que as importações de tecidos
ingleses.